28.6.09

dia da cidade: o estado do sítio

Aquando da comemoração do 36º aniversário da elevação a cidade, o Jornal de Espinho convidou algumas personalidades a escrever sobre (o estado de) Espinho. O resultado foi o que se segue. Os sublinhados nos excertos são meus. A tristeza de concordar com todos eles também. aa

Ignorar o definhamento estrutural do nosso comércio numa terra de forte pendor terciário. Pior: agravar e acelerar o seu perecimento com opções erradas e incrivelmente mal laneadas – veja-se, por exemplo, a chamada requalificação urbana. Descuidar e menosprezar a limpeza e o asseio dos espaços públicos. Descurar, em particular, as zonas de costa. Desperdiçar a localização geoestratégica, a facilidade de mobilidade rodoviária, ferroviária, marítima e aeroportuária. Desaproveitar o potencial da praia e do mar, da riqueza gastronómica, do casino, do golfe, do ténis. Enfim… Trinta e seis anos depois de passarmos de vila a cidade, estamos a perder qualidade de vida. Luís Montenegro

Todos os nossos vizinhos se souberam reinventar, combater o desemprego, gerar riqueza e ser um pólo de atractividade. Ora, tendo Espinho condições naturais únicas no seu enquadramento geográfico não está destinado a ser como as velhas famílias nobres caídas em desgraça, agoniando até ao momento final. Diogo Campos

Venci de igual modo a tentação de prospectivar o futuro de Espinho, visto não se conhecer se o poder político que governa Espinho há mais de uma década, tem ou não um plano estratégico de desenvolvimento ou se pretende unicamente governar o concelho, com uma estratégia à la carte...Teixeira Lopes

Bem sei que as coisas mudam, e que outros municípios felizmente se desenvolveram, criando também eles condições de captação de populações e gerando motivos do seu próprio enriquecimento. Mas custa-me já a aceitar que Espinho não tenha procurado sequer acompanhar os esforços dos demais concelhos, sobretudo aqueles que com ele confinam, e tenha atingido, pelo desleixo, incúria e total desinteresse, o grau de degradação a que hoje chegou. Amadeu Morais

É urgente dar início a um movimento aberto, de carácter marcadamente reformador, que rasgue novos horizontes, e que empurre Espinho para a ruptura com o marasmo actual, com o provincianismo social, com a cultura de dependência, e com a inadmissível promiscuidade entre o poder político e os múltiplos pequenos e grandes interesses instalados.Uma plataforma alargada, com objectivos declaradamente eleitorais, integrando partidos, associações e cidadãos independentes, com uma postura focada na resolução dos problemas de Espinho e dos espinhenses, alicerçada num pluralismo político que permita não ter medo de atravessar as tradicionais barreiras entre esquerda e direita e liderada por pessoas movidas pelas suas próprias convicções e não por quaisquer outros interesses, poderia criar a dinâmica necessária para inverter o declínio em que Espinho se encontra. Marques Baptista

o FACE, a luz ao fundo do túnel ou a bronca

O arquitecto Nuno Lacerda Lopes, responsável pela obra de reabilitação da antiga fábrica de conservas Brandão Gomes, agora o novo Fórum de Arte e Cultura de Espinho (FACE), abandonou, ontem [16 de Junho], a cerimónia de inauguração como forma de protesto. É que, quando visitava o espaço, na companhia de centenas de curiosos, deparou-se com alterações feitas sem o seu conhecimento.

O que havia sido projectado como "local para exposições e um dos espaços mais nobres e belos de todo o edifício", do qual sentia um grande orgulho, foi transformado num escritório de uma empresa privada da área das tecnologias da informação, a Microfil.

"Não posso ficar indiferente quando vejo um espaço como aquele transformado num escritório feio, completamente alterado com divisórias de vidro", criticou, à margem da inauguração, que foi o ponto alto das comemorações do dia da cidade. Agora, pondera uma acção contra os responsáveis, nomeadamente a Câmara, de modo a que o seu trabalho "possa ser respeitado".

Na sua reacção, José Mota, presidente da Câmara, foi peremptório: "Aquele espaço não é do arquitecto Nuno Lacerda, mas sim para o bem de Espinho". Manuel Antunes, presidente da Microfil, notou que o pólo da empresa, a inaugurar amanhã, será exclusivamente dedicado à plataforma Camões, intrinsecamente ligada aos computadores Magalhães e a base de um novo modelo de ensino. "E, quando falamos de ensino, falamos de cultura", frisou. "Além disso, vai ser um espaço altamente dinamizado, onde vamos contar com a presença de crianças todos os dias", concluiu.

JN

tiques de grande cidade VIII


Espinho não pára. É ver melhor aqui a mais recente invenção do nosso executivo camarário.

aa

27.6.09

dia da cidade, o FACE ou a luz ao fundo do túnel

Dos escombros da Fábrica Brandão Gomes, que chegou a ser o maior empregador do concelho nas primeiras décadas do século passado, nasceu o Fórum de Arte e Cultura de Espinho (FACE), espaço destinado às artes requalificado pelo arquitecto Carlos Nuno Lacerda Lopes.

Além da componente museológica, o FACE pretende albergar produção artística relacionada com o cinema de animação, multimédia e o design, bem como projectos de formação e ensino.

Concluído há mais de um ano, o renovado edifício, agora denonimado Museu Municipal de Espinho, vai ser inaugurado hoje, feriado municipal, às 10.30 horas, com duas exposições comissariadas pela Subverso Arte Contemporânea, em colaboração com a Galeria Serpente, no Porto.

JN

(via e-mail,
por Filipe Martins)
aa

FEST

Até dia 28, no Casino e no Auditório da Junta de Freguesia de Espinho.

20.6.09

dia da cidade

A 13 de Novembro de 2008, 113 de 154 professores da Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida, em plenário, aprovam uma moção de suspensão do modelo de avaliação do desempenho docente, aprovado pelo Decreto Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro. Neste sentido,

"decidem suspender todos os actos referentes ao actual processo de avaliação
de desempenho docente, em particular:
a. Não apresentando qualquer proposta de objectivos individuais;
b. Não preenchendo qualquer ficha ou grelha relativa ao processo;
c. Não elaborando quaisquer documentos especificamente orientados para este processo."

Nelson, apontas a derrota nas eleições para o afastamento da Directora da Gomes de Almeida das sumptuosas comemorações do dia da cidade. Não sei. Mas prefiro acreditar nesse argumento do que na oposição às políticas da Senhora Ministra que, segundo sei, as restantes escolas têm apoiado - e de que maneira! Desconfio que Espinho foi o concelho mais visitado pelo Ministério da Educação em toda a legislatura. Uma vez que a naturalidade deixou de ser requisito, o que desde logo não se compreende, acreditemos que o critério de atribuição das medalhas foi o trabalho realizado, sob pena desta desconsideração ser um caso manifesto de censura, a lembrar tempos que todos preferimos esquecer.

aa



19.6.09

mea culpa

Antes de mais, o meu sincero mea culpa pelo facto do CIDADE AOS QUADRADINHOS estar a perder alguma dinâmica e de, eu próprio, me ter afastado dos comentários nos últimos meses. Ao contrário de Espinho, nunca pretendemos que o blogue estagnasse no tempo, perdesse poder de intervenção e de militância, baixasse o seu nível de motivação. No entanto, outros imperativos profissionais e pessoais têm-me impedido de prestar o meu devido contributo.
Apesar de tudo, tenho-me mantido, evidentemente, informado sobre o que se passa em Espinho, acompanhado as novidades nos mais diversos quadrantes e gostaria, na semana em que a cidade celebrou 36 anos de vida, de tecer alguns comentários sobre o que observei no dia das comemorações:

Pavilhão de Anta: A obra estava pronta desde Julho do ano passado. A inauguração foi na última terça-feira e nas últimas semanas foi ver um arreliador contra relógio, numa das vias de principal acesso a Anta para concluir uma ligação eléctrica que já devia há muito ter sido feita. Timings à parte, fica a questão no ar: para que vai servir o pavilhão? A ver vamos....

FACE: Uma obra megalómana, útil a Espinho quiçá no ano 2000, aparentemente inútil no ano de 2009. A cerimónia de abertura deu raia da grossa, o que para mim não foi nenhuma novidade, uma vez que o arquitecto Nuno Lacerda já me tinha confidenciado que não havido sido tido nem achado sobre os novos rumos que o seu projecto ia tomando.

Sessão Solene no Multimeios: Um interminável bocejo que teve como cereja em cima do bolo, a grandiosa geminação com o Limoeiro do Norte. Nota positiva: a atribuição das medalhas de mérito às directoras das Escolas Secundárias de Espinho, no entanto faltou a mesma distinção à directora da Gomes de Almeida!!! Será que o facto da ex-presidente do conselho executivo da escola ter perdido as eleições para a direcção, apagou todo o trabalho que desenvolveu nos anos em que esteve à frente da instituição?

Saltaram à vista inúmeras interrogações ao longo do dia mas saltou à vista sobretudo a forma provinciana como estas coisas são tratadas em Espinho. Depois ficou a eterna promessa de mais obra, sem se perceber que “mais” não é sinónimo de “melhor”. Mais inquietante ainda é a forma como José Mota diz que as obras fazem-se quando se pode, referindo-se aos evidentes atrasos com que as mesmas foram inauguradas. Tem sido essa a sina de Espinho: faz-se quando se pode....e a maior parte das vezes faz-se mal!

18.6.09

tiques de grande cidade VII

Shopping no lugar de antiga fábrica de cordas


A antiga fábrica de cordas Corfi, de Espinho, poderá vir a dar lugar ao primeiro shopping do concelho. O projecto está ainda a ser analisado pela Câmara, mas já se ouvem vozes de contestação por parte de comerciantes.



A emblemática fábrica da família Violas, a mesma dos casinos Solverde, está localizada na Avenida 24. E, segundo o presidente da Câmara, José Mota, o projecto que está agora em cima da mesa contempla, para aquele local, um hipermercado, várias salas de cinema, uma praça da alimentação, um parque de estacionamento e a garantia da presença das mais importantes marcas.


aa