14.11.08

festa na vilória

Um dia chuvoso de Novembro, altifalantes enérgicos a bramir a Cabana do Cid pela manhã, sérias dificuldades para meter o carro na garagem e para adormecer à noite e luzes berrantes a entrarem pela janela do quarto só podem querer dizer uma coisa: está aí o São Martinho.
Anta, a minha freguesia, está em festa.

Mas calma que nem tudo são más notícias. Domingo vou poder ouvir Ágata sem ter que sair de casa. Roam-se lá de inveja, vá.
aa

3 comentários:

Anónimo disse...

Vivo em Cassufas, um lugar dessa “vilória” (um termo muito depreciativo na minha opinião, tendo em conta que a Vila de Anta é só a maior freguesia do Concelho, em área e população), e todos os anos em Outubro sou acordada por esses altifalantes que gritam música pimba. Um preço a pagar para perpetuar estas tradições populares, que estão a desaparecer exactamente porque existem pessoas que se incomodam com as “luzes berrantes a entrarem pela janela do quarto”. A Festa de Nossa Senhora dos Altos-Céus, ou Festa dos Rojões, como também é conhecida, faz parte das minhas recordações de sempre e todos os anos me divirto a dançar música pimba, a andar de carrinhos de choque, a jogar matrecos, enfim, a típica animação destas festas.
Tenho pena que, efectivamente, a cultura nas freguesias de Espinho (e não falo da freguesia de Espinho), se limite às festas populares, contudo penso que devemos dar continuidade às tradições, até porque é animação gratuita para uma grande parte da população que não se pode dar ao luxo de ir a um concerto, ao cinema ou ao teatro.

P.S. O problema das luzes berrantes resolvem-se com o baixar das persianas.

cidade aos quadradinhos disse...

Cara C.O.,

Antes de mais, dizer que o termo vilória não foi, nem de perto nem de longe, usado em sentido pejorativo.Pelo contrário: é uma expressão que uso habitualmente até de forma "afectuosa". Eu adoro viver em Anta também, acredite.

Interpretou o meu post "à letra", quando tudo o que quis foi mostrar uma pequena irritação por ter a festa à porta. Como compreenderá, tem os seus inconvenientes.
Se tivesse lido o que escrevi aqui há uns tempos sobre a Festa de Nossa Senhora da Ajuda, teria percebido que estas festas também fazem "parte das minhas recordações de sempre" e que eu também me divertia nessas festas. Pronto, ok, não chegava a dançar, mas isso é porque nunca gostei muito.

Portanto, não é decerto por minha causa ou por causa de "pessoas como eu" - como insinua - que as "tradições populares" estão a desaparecer. Tenho é pena que se reduzam a ligar as colunas no máximo, contratar meia dúzia de cantores e enfeitar a rua.
Foi "só" isso que quis dizer.

PS - Agora já sei porque andava com dificuldade em adormecer estes dias! Obrigada pela dica.Esta noite já vou dormir muito melhor!
aa

Anónimo disse...

Cara C.O.

Não pude deixar de comentar o seu comentário, pedindo desde já desculpa pela redundância. Antes demais, refiro que tb já morrei em Cassufas, sensivelmente 7 anos, e Cassufas não é bem um lugar mas antes uma rua que vai dar à IC 24 e pouco mais, e pertence a uma vilória ( sim, sem aspas) porque não basta area e população para uma terra ser reconhecida como bom sitio para se viver ou estar, mas sim qualidade que, diga-se em abono da verdade, Anta não tem nem de perto nem de longe, mas isto é uma opinião minha e só minha. A razão de eu estar aqui a gastar o meu latim prende-se exclusivmente com o facto de pessoas como a senhora, defenderem com unhas e dentes tradições e manias que são zero convidativas a um publico com um pouco mais novo ( dai a faixa etária nas festas ser de sensivelmente 70 ) e de quem as organiza perpetuar o convite a bandas que pensam que fazem música mas que apenas emitem som. Basta colocar uma asneira subjacente com um ou mais sentidos marotos que o povo logo trata de os aclamar com grande fevor.
Não concordo que se deve continuar o mesmo formato velho, decadente e nada, mas nada mesmo atractivo para as futuras gerações, mas sim inová-las.
Todos os anos, religiosamente passo 5 minutos numa festa popular qualquer e já sei o que vou ver e ouvir. Pimba reles( como se houvesse destinção de pimba reles e bom, mas pronto) farturas e bifanas baste e sim, claro, uma mãe a obrigar um filho a ir dançar com ela porque o pai ou já desmaiou com tanto vinho de 2ª na cabeça ou está a jogar à sueca e não quer saber de festa nenhuma.
Como defendo sempre criticas construtivas, a minha sobre festas populares é a total abolição das mesmas, no seu actual formato, e trazer/convidar bandas dignas desse nome para actuar, ou outras colectividades da própria cidade. Ficava mais barato do pagar 1000 euros para 5 musicas da Àgata ou do Quim, e pode crer, era bem diferente a nivel de adesão. Quem de renome vinha a Anta actuar pergunta V.Exa,...não sei...mas sei que na festa dos leitões de Agueda, Agueda!!! vieram o James....só e apenas...e bilhetes a 5 euros....desloquei me 120 quilometros para ir a uma festa local que não da minha terra, e garanto que nem 120 metros ando para ir à festa da viloria de anta....

P.S. É precisamente por estar sempre a votar no P.S. e nas mesmas pessoas que "isto" ( leia-se cidade de Espinho e suas vilas) estão sempre, sempre, mas sempre na mesma...mas o povo é quem mais ordena.