19.2.09

Os jornaleiros


Não me considero um jornalista. Embora escreva em jornais há cinco anos, seja licenciado em jornalismo, me interesse pela profissão, procure aperfeiçoar-me todos os dias, ser cada vez melhor profissional… não sou (nem sei se algum dia me poderei considerar) jornalista.
Não posso, no entanto, deixar de olhar com absoluto menosprezo outras pessoas que, como eu, trabalham em jornais mas que não fazem aquilo que acima descrevi. Pessoas que não se aperfeiçoam, que não evoluem, que estão estagnadas cultural, mental e profissionalmente. Aqueles jornalistas que mais não são do que empregados de escritório, incapazes de levantar um músculo que seja para procurar a notícia, que copiam aquilo que os jornais da concorrência publicam, que fazem jogos de bastidores para prejudicarem o seu congénere, tentado obstruir-lhe a informação, que se limitam a publicar aquilo que do ponto de vista comercial lhes pode trazer benefícios, no fundo, aqueles jornalistas que não fazem jornalismo. Essa gente incomoda-me profundamente.
Incomoda-me sobretudo a ideia de que essas pessoas, a quem prefiro tratar por jornaleiros, se coloquem na posição de criticar quem pretende fazer algo de diferente, de quem não está aqui para prejudicar ninguém, antes tentar refrescar o panorama informativo local, quem em última análise procura fazer algum jornalismo.

3 comentários:

Nuno Martins Neves disse...

Os meus parabéns :)
Assino por baixo tudo que escreveste.

Cláudia disse...

É isso é!

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com aquilo que escreves, no entanto, não vale a pena seres modesto ao ponto de não te considerares jornalista! Claro que és jornalista! E, sem querer estar aqui a puxar o saco, és um bom profissional. Acrescentaria às críticas que fazes uma frase, que muitas vezes o disse no passado e a qual no presente evoco muitas vezes: "Deus dá nozes a quem não tem dentes". Quero com isto dizer que, tivesses tu, nomeadamente nos locais onde trabalhas, as condições de outros, e o jornalismo em Espinho estava bem melhor. No entanto, como teu ex colega de trabalho e como amigo, estou esperançado que as tuas convicções e o teu profissionalismo vão conseguir que esse desidrato seja alcançado. Se assim se concretizar o concelho de Espinho agradece.
Lembra-te que só é alvo de críticas quem algo faz. Quem nada faz é indiferente à opinião pública. Não deixes que as críticas (destrutivas) abalem o teu trabalho.

Abraço,

J.L.